quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mudando conceitos com Mega Man Legends



Hoje vamos conversar sobre esse clássico do “Blue-Bomber” que muita gente não bota nenhuma fé, e que eu considero uns dos melhores jogos da franquia.

Conhecido no Japão como Rockman DASH ((ロックマンDASH, Rokkuman Dasshu), e tendo recebido versões para PS1, N64 (como Megaman 64), Windows e PSP, é o primeiro jogo da trilogia da série Megaman Legends. É um jogo de Action-RPG, onde você tem diversas dungeons e ambientes para explorar em um ambiente totalmente em 3D, sendo esse um importante passo para a franquia Mega Man.

Ficha Técnica

Desenvolvedora: Capcom Production Studio 2
Publicadora: Capcom
Projetista: Yoshinori Kawano (Megaman ZX, Dead Rising, Megaman Zero 2 e 3)
Compositor: Makoto Tomozawa (Aladdin SNES, Resident Evil, Dino Crisis )
Plataforma: PS1, N64, PC e PSP
Ano de lanamento: 1997
Gênero: Aventura, Action-RPG
Single-Player


História

Muito se engana quem acredita que Mega Man Legends não faz parte da cronologia oficial do Mega Man, pois esse é considerado o último dos últimos jogos que acontecem nos eventos de Mega Man (sim, depois de X, Zero, ZX). A história acontece em um futuro muito distante, onde o mundo é tomado por um grande oceano e as pessoas vivem em ilhas (Wind Waker? Acho que achei a fonte da qual você bebeu), sendo cada assentamento muito pequeno. As pessoas deste mundo utilizam a tecnologia dos Quantum Refactors, que podem ser encontrados em ruínas no subsolo infestadas de reaverbots (robôs nada amistosos, de origem totalmente “desconhecida”). Os que têm coragem de se aventurar nessas ruínas são chamados de Diggers, e o nosso herói Mega Man Volnutt (que pela primeira vez tem um sobrenome) é um deles.


Mega Man foi encontrado ainda bebê em uma ruina, junto com um macaquinho robô chamado Data, por Barrel Casket, um geólogo e aventureiro que o decide o criar como um neto junto a sua neta, Roll. Esta família feliz sobrevoa esse mundo inundado procurando por refractors, até que um dia a nave deles, o Flutter, sofre uma pane e são obrigados a fazer um pouso de emergência em Katellox Island. Nesta ilha estão acontecendo diversos problemas ocasionados por um grupo de piratas, chamados de família Bonne, formados pelos Irmãos Teisel e Tron, que contam com a ajuda de centenas de servbots (os bonequinhos LEGO), além do robô bebê Bom. Estes piratas estão em busca de um tão sonhado tesouro da ilha Katellox, e vão causar muitos problemas para o herói, enquanto ele, conforme ajuda os moradores da ilha seus problemas, acaba descobrindo um pouco do seu passado e de suas origens.

Opinião

Mega Man Legends é um jogo muito bom! O enredo é muito bem construído, os personagens cativantes e, mesmo sendo um jogo de 1997, tem gráfico muito bem caprichado, no qual foi usando um “Cell-Shading primitivo”,  que consegue atender e muito bem as expectativas.  O jogo te prende do começo ao fim, sendo que é difícil parar de jogar, porque você sempre têm alguma coisa para fazer, sempre um passo para dar na história, ou explorar as ruínas ao redor da ilha. E por falar em exploração, isso é o que não falta nesse jogo: são muitas ruínas, todas muito grandes (ou uma grande ruina interligada) e cheias de coisas para coletar ou descobrir.
As músicas aqui também são um ponto forte, (embora a versão de N64 teve algumas faixas de áudio cortadas para poder caber todo o conteúdo de um CD em um cartucho). Nas batalhas contra os chefes e nas explorações das dungeons (principalmente na última), as músicas conseguem ser bastante imersivas, ao mesmo tempo em que nos ambientes calmos o tema de Katellox te passar essa sensação de tranquilidade. Um outro fato que podemos destacar sobre a música é a falta dela em OldTown, dando um ar altamente tenebroso para essa parte da cidade. Os efeitos sonoros in-game são bastante convincentes também, tanto quanto o barulho das investidas dos inimigos, quanto os de latidos dos cachorros (e os passos do Mega Man que me fazem pensar em Harvest Moon).

O jogo apresenta um alto número de Side-quests e itens colecionáveis (coisa que eu adoro em jogos de RPG). Você pode participar de mini-games na rede de TV Local, ajudar a reconstruir o acervo de um museu que estava fechado, ajudar uma mãe dar à luz, ou até mesmo pagar o tratamento de uma garotinha para que ela possa voltar a andar. São muitas coisas para fazer se você for aquele tipo de pessoa que quer passar pegando tudo, e isso vai lhe tomar um pouco de tempo.
O Sistema de customização também é um ponto forte. Completamente simples, onde você não precisa equipar muitos itens para ter diferentes resultados na Buster de Mega Man, além de a parte de customização das armas secundárias também é muito eficiente (apesar da Roll ser uma mercenária e te cobrar os olhos da cara por elas).

Pontos Negativos

A câmera desse jogo é sofrível, sendo difícil de se controlar, e por vezes te deixando completamente "cego", pois você não consegue direciona-la de forma que você tenha um bom ângulo para poder atacar os inimigos. Da mesma forma, o sistema de mira se torna altamente ineficaz, sendo que é muito melhor nem tentar usá-lo, já que não é possível mirar direito em um inimigo com ela. A dublagem do jogo é razoável, mas acaba sofrendo ao ter que competir com a música para ser ouvida, pois não acontece uma diminuição do volume da faixa de áudio enquanto estão rolando os diálogos, e ainda, a falta de legenda faz você perder partes da história, por simplesmente não conseguir escutar o que os personagens estão conversando (principalmente as falas do último chefe). Outro ponto que pode ser um problema é a jogabilidade, um pouco travada, já que para o Mega Man dar um giro sobre sí mesmo demora um certo tempo, e isso, meus amigos, é algo que você não tem em algumas partes do jogo!
Mega Man não faça essa cara, a câmera do jogo é bem ruinzinha

Apesar disso o jogo não perde o seu brilho, e não podemos esquecer o ano de lançamento do jogo 1997, onde os ambientes em 3D ainda eram uma novidade e que o controle da câmera em uma perspectiva em 3ª pessoa era um novo desafio (como aparentemente ainda é, para alguns jogos), e mesmo assim Mega Man foi o um pioneiro no sistema de Lock-on nos inimigos (mesmo sendo ruim). O jogo e é altamente recomendado em qualquer uma das suas versões. Ouvi dizer que a versão de PC apresenta alguns Bugs, mas nunca a joguei, só tive o prazer de jogar as versões PS1 (que, na minha opinião, é a melhor) e N64. A versão do PSP só saiu no Japão, afastando um pouco as pessoas desse lado de cá do globo da possibilidade de usufruí-la.
Concluindo se você ainda não jogou Mega Man Legends, jogue! E, se já jogou, te convido a tentar zerar novamente essa fantástica história do Mega Man.



Nota: 8.5



Por JP